Garrafa 546 – Algumas boas lembranças, outras nem tanto…   Leave a comment

Na virada do Século XX para o XXI, mais especificamente entre 1999 e 2004, entre vinte e cinco e vinte anos atrás, respectivamente, o mundo experimentou uma série de transformações reais importantes como, por exemplo, todas as consequências de impacto global do atentado terrorista às torres gêmeas de 11 de setembro de 2001, com repercussões reverberando até os dias de hoje. Além disso, grande parte de sua população alimentou grandes expectativas, algumas extremamente favoráveis e infelizmente infundadas, como se uma simples mudança no calendário pudesse alterar a mentalidade e o nível de desenvolvimento de consciência das pessoas; e outras expectativas catastróficas que simplesmente não se realizaram, como no caso do bug do milênio.

Comigo, pessoalmente, foi a mesma coisa. Foi um período de grandes transformações e de grandes expectativas, algumas muito favoráveis e concretizadas, outras ainda não, e a experiência das inevitáveis perdas e danos a que todos estamos submetidos em nossa passagem por este pequeno planeta azul, enquanto exploramos os domínios dos sentidos, com o olho da carne, os domínios da razão, com o olho da mente, e os domínios do espírito com o olho da contemplação.

Naquele período, estava no auge da minha carreira profissional, tendo assumido, em 1999, o comando de uma Fragata da Classe Niterói, a “F-42 – Constituição”, cargo que exerci por dois anos, até o ano 2000. Essa foi uma meta profissional que tinha estabelecido vinte anos antes, ao embarcar em 1980 na primeira da classe, a saudosa e já descomissionada “F-40 – Niterói”. Sua concretização veio acompanhada de um sentimento de gratidão e de esforço recompensado. Foi motivo de orgulho para mim e para meu pai, ele que tinha sido Oficial do Exército Brasileiro, tendo participado da Campanha da Itália no ultimo contingente da FEB – Força Expedicionária Brasileira, na Segunda Guerra Mundial. Estou certo de que ele hoje estaria envergonhado, como eu, com a situação vexatória a que foram arrastadas as nossas Forças Armadas por suas mais recentes “lideranças”. Infelizmente, meu bom pai não pôde estar presente na minha investidura no cargo, em fevereiro de 1999, fragilizado por complicações decorrentes de um enfisema pulmonar que o afastou definitivamente de todos nós, três meses depois, em maio daquele mesmo ano, embora permaneça vivo em nossas melhores lembranças, desde então.

Essa perda pessoal, associada a outras situações desafiadoras que estava enfrentando na área afetiva, me levaram a procurar novas ferramentas em busca de entendimento e superação das minhas limitações ao lidar com essas questões. Li muitos livros sobre psicanálise e neurociência, comecei a vivenciar um processo de terapia cognitivo comportamental, e iniciei uma formação em Programação Neurolinguística – PNL, cujas consequências, tomadas em conjunto mudaram definitivamente minha visão a respeito de mim mesmo e do mundo ao meu redor. Sou grato a cada um dos autores dos livros que li, à minha terapeuta que me acompanha até hoje, quando tenho alguma questão relevante a investigar e ultrapassar, e às pessoas que conheci ao dar meus primeiros passos explorando os conceitos da PNL, algumas delas passando a fazer parte da minha vida para sempre.

Já tinha decidido deixar o serviço ativo na Marinha do Brasil, após o exercício desse que foi meu terceiro cargo de comando ou direção, e vinha me preparando para essa nova fase, já há alguns anos, realizando cursos e estudos relacionados às atividades que pretendia explorar em seguida. E por estar completamente alinhado com minhas intenções futuras, após passar o comando da F-42, realizei o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra – ESG, em 2001. Essa experiência, além de me permitir ampliar o leque de relacionamentos com pessoas de diversas outras áreas de atuação, fazendo novas amizades que mantenho até hoje, também me trouxe o conhecimento do campo da Análise de Cenários Prospectivos que passei a estudar e praticar profissionalmente nos anos seguintes. Após a conclusão desse curso, em fevereiro de 2002, solicitei minha transferência para a reserva, apesar de estar sendo designado para o que teria sido meu quarto cargo de comando e direção. E não me arrependo dessa decisão, nem por um momento, desde então.

O ano de 2002 foi um ano sabático, em que comprei minha terceira motocicleta, para utilizar em meus deslocamentos pela cidade e em pequenas viagens de fim de semana, e me abstive de exercer qualquer atividade profissional, dando prioridade para a convivência diária com meus filhos, em sua rotina escolar, o planejamento de minha carreira futura, e para fortalecer minha saúde física, mental e espiritual. Na área cognitiva, conclui o Curso de Análise, Projeto, e Gerência de sistemas, na PUC-RJ, que tinha iniciado no ano anterior.

A partir de 2003 retomei meus projetos profissionais, aceitando o convite de um amigo para integrar sua equipe de consultores que desenvolvia software e executava projetos de planejamento estratégico com análise prospectiva, tema de minha monografia no curso da ESG. Ao longo dos anos seguintes, pudemos realizar juntos diversos trabalhos para órgãos do governo e grandes empresas e, quando abri meu próprio negócio de consultoria e coaching, mantivemos uma saudável e proveitosa parceria.

Em 2004, durante visita ao Rio de Janeiro da minha irmã que já vivia na Alemanha há muitos anos, com o marido e o filho, ela sentiu os primeiros sintomas do que se revelou, depois de consultas e exames neurológicos, um tumor maligno inoperável no cérebro, o que levou ao seu falecimento, poucos meses depois, em Bremen, cidade em que moramos em 1987. Estive na Alemanha nesse ano de 2004 por duas vezes, a primeira para acompanhar minha mãe, que permaneceu com ela até seus instantes finais, e depois para o seu sepultamento.

Como sempre prefiro focalizar no que vivi de melhor, e nas oportunidades de aprendizado que a vida nos oferece, só desejo mencionar neste exercício de resgate de memórias afetivas e profissionais, que o período entre o ano de 2000 e 2003 foi um dos períodos mais ricos em experiências sensoriais, mentais e espirituais que já vivenciei até hoje. Entre outras coisas, pude ter alguns lampejos do que pode significar a canalização de energias tântricas para vislumbrar a conexão com o que está além das palavras e da razão, e as pessoas envolvidas têm conhecimento do significado dessas experiências compartilhadas, para cada um de nós.

A criação e manutenção deste Blog “Três Coisas”, a partir de 2005, foi, em grande medida, para dar vazão ao compartilhamento das experiências que vivi nesse período, e de todas as outras que vieram em sequencia. E mantenho, desde então, minhas postagens da segunda quinzena de abril, uma das minhas épocas do ano favoritas, como um pequeno ritual de comunicação e celebração das possibilidades infinitas de conexão com o espírito em ação. Mantenho minha rotina de acordar muito cedo, frequentemente ainda com o escuro da madrugada, e posso, em silêncio, testemunhar a chegada das primeiras luzes de cada dia. Como esta noite foi de lua cheia, acabei de testemunhar o “por da lua”, como visto da minha varanda. E, como bom cinestésico que sou, aproveito a chegada da leve brisa e as temperaturas amenas do início da manhã; o sabor, a textura e o perfume dos caquis; e espero a chegada, ao longo do dia, da espetacular qualidade da luz no azul profundo do céu outonal.

Rabisquei no meu bloco de notas, agora há pouco, a qualidade dessa experiência matinal, com a métrica de um haicai:

lua de outono,

madrugada serena,

paz no coração.

Eduardo Leal

Foto de Eduardo Leal: Amanhecer de hoje, com o por da lua cheia de outono.

Instruções de utilização: Ouvir Zélia Duncan, cantando “Quase sem querer”

Garrafa 545 – Trens, barcos e aviões   Leave a comment

Garrafa 544 – Eis a questão   Leave a comment

Haicai do dia:

diplomar ou não,

um conhecido ladrão,

ah! eis a questão!

JEAL

Ilustração de autor desconhecido

Garrafa 543 – Fazendo Esgoto de Porão   Leave a comment

Na reta final desta campanha eleitoral, decisiva para o futuro do país dos meus filhos (tenho três) e netos (também tenho três), com frequência cada vez maior tenho a sensação de que, durante a minha navegação nesse oceano de opiniões desencontradas, uma grande quantidade de água fria bate na proa do meu barco e, invadindo o convés, escorre perigosamente para os compartimentos mais internos.

Isso acontece, principalmente, quando recebo na minha linha do tempo as postagens de pessoas muito próximas, que me são caras, e sinto uma ponta de tristeza e de angústia com os seus conteúdos. São palavras, imagens e vídeos que indicam claramente que seus barcos estão seguindo cantos de sereias e rumando perigosamente em direção a águas restritas, bancos de areia e recifes de coral.

Marinheiros um pouco mais experientes já as conhecem e, prudentemente, evitam essas rotas que levam a encalhes e afundamentos inevitáveis. Verdadeiros cemitérios de navios, já muito bem-sinalizados e conhecidos, aguardam as embarcações que navegam com negligência, imprudência e imperícia.

E o que fazer quando percebemos essa situação, e quando também sabemos que cada um é o capitão de sua própria vida-embarcação?

Nesses momentos, respiro bem fundo e simplesmente abandono quaisquer traços de tristeza e angústia que turvam minha visão do horizonte, aciono minhas bombas de esgoto (uso baldes se necessário) e, rapidamente, jogo fora essa água fria indesejável que invadiu minha alma. Faço esgoto de porão.

Navios não afundam por causa da água em torno deles. Navios afundam por causa da água dentro deles.

Acendo, então, minhas luzes de navegação para sinalizar com clareza minha posição, ajusto meu rumo na direção escolhida e deixo que me sigam aqueles que assim o desejarem.

Navegar é preciso. Nosso barco, nossa alma.

P.S. – Adaptei o texto de uma postagem feita no Facebook há 4 anos atrás, nesta mesma época, entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais. Naquela ocasião, tinha apenas um netinho. Agora, tenho três, dois meninos e uma menina que, a cada encontro, enchem de alegria o meu teimoso coração. É a eles que dedico esta postagem.

Eduardo Leal

Ilustração de autor desconhecido

Garrafa 542 – Reflexões Intestinas   Leave a comment

Penso que uma das características dos verdadeiros regimes democráticos – a valorização da liberdade de maneira geral e da liberdade de expressão de maneira particular – o que é paradoxalmente uma de suas maiores virtudes, e ao mesmo tempo sua maior fragilidade é simplesmente a seguinte: a capacidade de convivência de suas sociedades com formas de pensamento diversificadas, o que pressupõe a presença de doses cavalares de tolerância com o diferente. Essa característica de tolerância, quando levada ao extremo, infelizmente também pode contribuir para que pessoas mal-intencionadas abusem impunemente de sua liberdade de expressão.

E constato que é cada vez mais frequente encontrarmos nas sociedades democráticas ocidentais, que estão sob ataque permanente de diversas formas de regimes autoritários e ditatoriais, a presença de pessoas hipócritas mentindo descaradamente e alardeando defender a própria democracia, enquanto o que realmente defendem e patrocinam são a divulgação de pensamentos, discursos e ações claramente antidemocráticos. A frase frequentemente atribuída a Voltaire, “Posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo” resume o tipo de tolerância que parece justificar até mesmo o direito das pessoas mentirem descaradamente. Apesar disso, ou talvez por causa disso, no decorrer do longo e lento processo de evolução das sociedades humanas, ainda não se descobriu nenhuma alternativa melhor que o regime democrático para lidar com as complexidades crescentes decorrentes da elevação do nível de desenvolvimento de consciência das pessoas e de seus reflexos nos diversos agrupamentos sociais.

Os principais modelos de sociedade que estão por trás das ideologias defendidas por esses farsantes que abusam de sua liberdade de expressão, omitindo e distorcendo fatos e, quando isso não é suficiente para sustentar suas narrativas fantasiosas, mentem descaradamente, são aqueles encontrados nas ditaduras comunistas, nazistas e fascistas. Todas elas são apenas variações do mesmo tema, embora cada uma delas diga que combate suas outras formas semelhantes e concorrentes, por serem “antidemocráticas”. É realmente espantoso o grau de ousadia e cara de pau desses canalhas, pois fazem isso à luz do dia e sem nenhum pudor ou rubor!

A partir do início do século passado, são abundantes os exemplos da experiência comunista que mutilou e devastou inicialmente diversas sociedades europeias e asiáticas para, a seguir, espalhar-se de forma endêmica por sociedades africanas e latino-americanas menos desenvolvidas e esclarecidas. A situação europeia ainda foi “diversificada” com o surgimento do nazismo e do fascismo que, felizmente, não foram capazes de se espalhar de maneira significativa para outros continentes além do europeu. Não sou especialista no assunto, mas contabilizo como exceções as experiências de governos fascistas observadas no Brasil, com Getúlio Vargas, e com Juan Peron, na Argentina. Isso, em parte se deu graças às campanhas demagógicas dos próprios comunistas, que não toleram concorrência na hegemonia da hipocrisia, e juram combater as formas do nazismo e do fascismo como sendo “antidemocráticas”. Aliás, tornou-se prática comum adotada pelos comunistas a aplicação dos rótulos de “nazistas” e “fascistas” a quaisquer pessoas e instituições que ousem combater e desmascarar sua ideologia totalitária. Além, é claro, de adicionar os títulos “popular” ou “democrática” à denominação de suas republiquetas ditatoriais. Para citarmos apenas três casos, basta vermos os exemplos da atual República Democrática da China, o da antiga República Democrática Alemã (DDR), controlada pela extinta União Soviética, e o da atual República Popular Democrática da Coreia. Só não vê quem não quer!

A verdade é que nas etapas de implantação e consolidação desses regimes autoritários e ditatoriais, quando e onde quer que seus respectivos processos revolucionários tenham sido bem-sucedidos, a primeira coisa que vemos desaparecer é a própria liberdade. Essa constatação pode ser feita após uma breve consulta aos registros históricos ainda não manipulados pelos vencedores, para surpresa de ninguém com um pingo de juízo e discernimento. Vemos também que a liberdade de expressão é amplamente utilizada nas etapas anteriores, como meio e desculpa para subverter a própria democracia, e a sua supressão ocorre imediatamente, quer esses processos revolucionários tenham sido realizados de maneira violenta, ou em sua versão cultural de convencimento e conversão dos estúpidos, dos ingênuos e dos que padecem de uma aparentemente incurável preguiça mental. Tudo isso é feito, num primeiro momento, para a obtenção de uma certa massa crítica social de simpatizantes e militantes, para a seguir se partir para a eliminação sumária de dissidências, após o que passa a ser muito mais difícil, quando não se torna impossível reverter o processo revolucionário. Ultrapassadas as fases iniciais, a tarefa de calar as eventuais resistências é executada rapidamente com a supressão da liberdade em todas as suas formas, especialmente da liberdade de expressão, e com a punição exemplar dos eventuais insurgentes.

Infelizmente, nas sociedades pós-modernas, abundam os discursos vazios de pseudointelectuais socialistas e comunistas, que são prontamente divulgados e repercutidos pela imprensa tradicional, esta última povoada em sua maioria por simpatizantes, militantes e integrantes da quadrilha ideológica de esquerda. Essas criaturas convencidas e convertidas às suas respectivas seitas autoritárias se agrupam em contingentes cada vez mais expressivos, e são formados principalmente por jovens, já que são mais influenciáveis. Ao mesmo tempo e felizmente, nas sociedades ainda saudáveis, o que é o mesmo que dizer nas sociedades ainda democráticas, em seus diversos graus de contaminação por essas cepas de hipocrisia presentes no trato da liberdade de expressão existente no tecido social, a quantidade de pessoas esclarecidas e conscientes de suas próprias escolhas é consideravelmente maior do que a quantidade de vigaristas que visam a destruição da sociedade democrática em que vivem. Os verdadeiros democratas rejeitam a hipocrisia e a mentira descarada e buscam congruência e alinhamento do pensar, falar e agir.

Esse aparente aumento progressivo do contingente de estúpidos, ingênuos e preguiçosos mentais suscetíveis ao convencimento e à conversão ao modelo totalitário é ao mesmo tempo preocupante e surpreendente, já que certamente vivemos há décadas em plena “Era da informação”. Atualmente, a maioria das pessoas dispõe de ferramentas e recursos de pesquisa literalmente nas palmas de suas respectivas mãos, dispositivos esses que lhes permitiriam, se assim o desejassem, buscar os fatos e vasculhar a história em busca da verdade. Isso possibilitaria o confronto dos resultados danosos e flagrantes da aplicação dessas ideologias fantasiosas e nefastas em confronto com os resultados proporcionados pela aplicação das verdadeiras práticas da experiência democrática. Bastaria ver o rastro de destruição material e cultural deixado pelos hipócritas nas sociedades que sofreram na pele a prática desses dolorosos experimentos sociais e políticos. Mas isso dá um certo trabalho! E descontados os casos de estupidez e de ingenuidade incapacitantes, que impedem a realização de qualquer processo crítico capaz de fazer as pessoas perceberem o que está acontecendo, antes do desastre, a preguiça mental parece ocupar um lugar de destaque para esse resultado preocupante.

Resolvi chamar essas breves reflexões de “intestinas” ao ser acometido por sintomas de infecção intestinal após assistir, na #Globolixo, depois de anos de abstinência desse hábito televisivo prejudicial, ao processo de inquisição a que foi submetido o atual presidente Bolsonaro, há algumas semanas atrás, programação essa que foi chamada singelamente por essa organização criminosa de “entrevista com o candidato”. Essas cenas deploráveis de falta de profissionalismo e de militância explícita foram patrocinadas pela dupla de vigaristas que compõe a bancada do falido e irrelevante JN.

Essa é apenas mais uma prova do acerto da minha decisão e escolha consciente de realizar uma “dieta rigorosa de notícias” em caráter permanente. Há anos que cancelei minha antiga assinatura do jornal impresso vendido por essa empresa duplamente estelionatária. Essa denominação me parece justificável já que ela deve dinheiro de recolhimento de impostos ao Governo, sendo possuidora de dívida tributária considerável e, no trato das informações que teria o dever de divulgar, também lesa o contrato mantido com seus assinantes já que despreza os fatos e simplesmente omite, distorce e mente descaradamente para sustentar as narrativas que convém para seu projeto de sobrevivência midiática e financeira. Minha dieta também faz com que não assista mais a nenhum dos telejornais oferecidos pelas principais emissoras de televisão que operam no país, sejam elas em suas versões de transmissão aberta ou por cabo. Com raríssimas exceções, agem da mesma maneira e com os mesmos propósitos de omissão e distorção dos fatos relevantes e de divulgação de mentiras quando as duas ações anteriores não são julgadas suficientes para sustentar as narrativas desejadas. Prefiro me atualizar acessando na Internet e nas redes sociais as pessoas e sites da minha confiança, únicas fontes que fazem um contraponto ao que é divulgado pela imprensa tradicional, além de fazerem a divulgação dos fatos que não são encontrados em nenhum outro lugar. Essa é a base da minha saudável dieta de notícias. E consumir informação adulterada, mesmo que por um curto período, costuma ter para mim o mesmo efeito que consumir comida estragada.

Meus sintomas de desconforto intestinal se agravaram também, mesmo depois de ter desligado novamente a breve sintonia de cerca de quarenta minutos dessa emissora, após tomar conhecimento, nos dias subsequentes, das repercussões da amistosa conversa que esses mesmos patetas midiáticos mantiveram com um conhecido ladrão cachaceiro que tem frequentado as páginas físicas e eletrônicas da imprensa, tanto na área das editorias de notícias políticas como no noticiário policial. Isso só foi possível uma vez que esse traste foi descondenado e tornado elegível (que vergonha!) pelos patetas togados integrantes da sua quadrilha e que se encontram confortavelmente instalados na nossa mais alta corte de “justiça”, mais especificamente no #stfvergonhanacional, depois de indicados por ele e aprovados pelos outros integrantes da mesma quadrilha que compõe o #senadofederalvergonhanacional. Isso mesmo, tudo escrito em letra minúscula que é o tratamento que merecem essas instituições, enquanto povoadas por essas criaturas do pântano. Como costumo dizer e repetir à exaustão, neste momento em que o país se encontra sapateando à beira do abismo: “nenhuma instituição é melhor do que as pessoas que a compõe”.

Na busca por informações confiáveis para tratar dos meus sintomas físicos, após ser submetido a essas experiências e emoções desagradáveis, fiz consultas a gastroenterologistas e a outros amigos e especialistas da minha confiança, além é claro de realizar algumas pesquisas adicionais pela Internet. E acabei relembrando a informação já conhecida de que nos intestinos das pessoas saudáveis convivem em relativa harmonia diversos tipos de bactérias no que é conhecido como trato intestinal. É claro, não sou médico nem graduado em ciências biológicas e meu interesse por esses tópicos e o conhecimento superficial adquirido sobre o tema advém do justificado desejo e da necessidade de preservação de minha própria saúde física, mental e espiritual. Mas nada me impede que possa estabelecer alguns paralelos e fazer algumas analogias com o que se passa no trato social em um regime democrático.

Por exemplo, da mesma maneira que nas sociedades saudáveis, ou seja, nas sociedades democráticas, convivem em relativa harmonia opiniões divergentes, no intestino de uma pessoa saudável também convivem em relativa harmonia diferentes tipos de bactérias. E o que mantém a saúde, tanto das sociedades democráticas quanto dos intestinos, é a preponderância da opinião dos verdadeiros democratas em relação à dos hipócritas que pretendem destruí-la, e a das boas bactérias que participam do processo digestivo em relação às más que, em determinadas condições, após infeccionar o ambiente intestinal, podem se alastrar e comprometer todo o organismo. E o bom funcionamento de ambos os sistemas é possibilitado pela existência de um sistema imunológico forte e saudável que deve lidar de maneira eficaz e eficiente tanto com as ameaças internas, existentes dentro do próprio organismo, como as externas, provenientes do ambiente em que esse organismo está inserido.

Segundo as fontes consultadas, as principais causas de infecções intestinais são:

  1. Infecções bacterianas ou virais. Podem ser internas ou externas;
  2. Intolerâncias alimentares. Os alimentos são externos ao organismo, antes de serem ingeridos; e
  3. Uso de medicamentos (antibióticos e antiácidos). São externos ao organismo, antes de serem ingeridos.

Nossas infecções sociais, por sua vez, na minha opinião são causadas principalmente por:

  1. Infestações de hipócritas e mentirosos descarados atuando internamente, com o apoio da mídia nacional tradicional, da maioria da classe “artística” decadente e de uma “justiça” composta de ativistas militantes, ao invés de juristas imparciais; e, é claro, a mesma espécie de criaturas, atuando a partir do exterior, com o apoio da mídia internacional. Tudo isso é agravado por um sistema imunológico social deficiente, pela ausência de liberdade de expressão autêntica e pela tentativa de se emplacar uma opinião única, que atende a interesses divorciados da saúde do nosso organismo social;
  2. Efeitos decorrentes da omissão de informações e/ou de sua disseminação de maneira distorcida ou mentirosa. As informações são o principal alimento do organismo social e informação estragada faz mal à saúde social; e
  3. Tentativas de controle de infecções sociais, por meio de censura, camuflada sob o rótulo de regulação, aplicadas pelo Estado. Esse tipo de “medicamento” pode promover a adoção de uma opinião oficial única, que ataca frontalmente o próprio sistema imunológico que é movido a liberdade de expressão.

Nesta comparação simples, que não pretendo seja em nenhum momento apenas simplista, diagnostico a tentativa de contaminação do nosso organismo social com algo equivalente a uma síndrome de imunodeficiência adquirida já em estado avançado de infestação que, se bem-sucedida, levará inevitavelmente à morte de nossa jovem democracia. Na minha opinião, participam desse projeto suicida, como já mencionado anteriormente, a maior parte da imprensa tradicional infestada de simpatizantes, militantes e integrantes da quadrilha ideológica de esquerda; pseudointelectuais que alimentam a imprensa com suas teses delirantes que não encontram nenhum amparo na realidade dos fatos; artistas decadentes que precisam de liberdade como do ar que respiram mas que, curiosamente, flertam com modelos ditatoriais; e por último, mas não menos importante, a nossa “justiça” já infectada por ativistas travestidos de juízes que, usurpando a competência dos poderes legislativo e executivo, promovem essa agenda doentia.

Partindo do princípio que nos adverte que “aqueles que desconhecem a história estão condenados a repeti-la”, desmascarar essas criaturas e essas situações de maneira contínua e permanente deve ser uma das principais tarefas das pessoas esclarecidas. E, especialmente durante períodos de campanhas eleitorais, a verdadeira “primavera da hipocrisia”, essa tarefa se impõe, já que um grande contingente de hipócritas enrustidos perde a vergonha e se soma ao de hipócritas assumidos, protagonizando nas sociedades democráticas um verdadeiro festival de horrores.

Tendo feitas essas considerações, vamos ao voto, usando minha camisa amarela, que hoje é dia de eleição em primeiro turno, e a temperatura máxima é de 22 e a mínima de 13 graus na escala de bom senso dos verdadeiros amantes da democracia.

Só não vê quem não quer!

É o que penso e sinto.

E sinto muito!

Eduardo Leal

Ilustração de autor desconhecido

Garrafa 541 – No tabuleiro da vida   1 comment

Retornando de viagem, o por do sol do dia anterior tinha sido espetacular. Horizonte cor de rosa chá por cima da silhueta da cidade do Rio de Janeiro, quando avistado da ponte Rio-Niteroi. É ótimo o sentimento de voltar pra casa, mesmo já sentindo saudades das pessoas que tinha ido visitar por uns poucos dias, foi o que pensou enquanto dirigia e reconhecia a paisagem cada vez mais familiar a cada curva da estrada.

Na típica manhã de outono, depois de uma noite de céu estrelado, iluminado por lua minguante gibosa e de ar fresco e salitrado, sentiu-se reconfortado com a visão do esperado céu azul com poucos flocos de nuvens brancas acima das árvores da pracinha, quando espreitada pela janela da biblioteca.

Leu em algum lugar, provavelmente em uma mensagem postada por um bom amigo, que ao longo dos próximos dias ainda se poderia avistar um alinhamento incomum dos planetas Júpiter, Vênus, Marte e Saturno, pouco antes do nascer do sol. Quem sabe amanhã?

Tudo isso, ou nada disso fez com que sentisse vontade de rever velhos escritos, cartas, bilhetes, livros e anotações espalhadas pelas prateleiras da biblioteca, sem nenhum alinhamento específico. Uma carta em especial o fez lembrar de uma cena lida no memorável romance de Gabriel Garcia Marques “O amor nos tempos do cólera” em que um dos personagens encontra um tabuleiro com uma partida de xadrez inconclusa, nos aposentos de um amigo recém falecido.

Um haicai ainda não postado, rabiscado na lateral da página do livro no dia 08 de abril de 2020, foi inspirado pela leitura da cena e evocado pela leitura da carta.

Esta é a postagem do dia de hoje:

No tabuleiro,

Partida inconclusa,

Morte prematura…

JEAL

Ilustração de autor desconhecido

No tabuleiro da vida

Garrafa 540 – Ardia nos seus olhos um sorriso   1 comment

Já avançamos no primeiro mês deste trimestre de outono, iniciado em 19 de março, e me dou conta que volta e meia o tema do amor retorna com força nesta época do ano. Reli diversas postagens realizadas nos meses de abril, desde o início do lançamento dessas garrafas com mensagens, no ano de 2005.

Este mês não será diferente.

Iniciei a leitura de “Estudos sobre o amor” de José Ortega Y Gasset, o que me levou também a buscar, em um sebo argentino, um exemplar de “De Francesca a Beatrice” de Victoria Ocampo, publicado em 1924, e já recebido. E encontro em ambos referências à obra de Dante Alighieri “A Divina Comédia” (com seus três volumes “Inferno”, “Purgatório” e “Paraiso”) e fiquei profundamente tocado pelo verso que transcrevo a seguir.

É apenas este o conteúdo que desejo transmitir neste post:

Chè dentro agli occhi suoi ardeva un riso

tal, ch’io pensai co’miei toccar lo fondo

della mia grazia e del mio paradiso.

***************************************

Ardia nos seus olhos um sorriso,

que com os meus pensei tocar o fundo

de minha graça, de meu paraíso.

(Paraiso, Canto XV, Versos 34 a 36)

Diga apenas “eu também”, quem já teve a oportunidade de encontrar olhos assim.

Eduardo Leal

Garrafa 539 – E quando chegarmos ao poder teremos de matá-lo   2 comments

Meu interesse permanente pela literatura e pela filosofia tem sido saciado, nos últimos anos, pela participação em diversos cursos e por muitas leituras sugeridas pelos instrutores de cada um deles. E isso, claro, complementado por minhas próprias pesquisas realizadas tanto na Internet como em obras de referência.

Foi assim que descobri, no ano passado, a existência do filósofo alemão Eric Voegelin, um dos maiores filósofos do Século XX (1901-1985), que adotou a cidadania americana a partir de 1942, depois de ter emigrado para os EUA em 1938, escapando do nazismo. Infelizmente ainda pouco divulgado e explorado no Brasil, quase nada sabia a seu respeito, até a semana passada, além das muitas referências elogiosas por parte de escritores e filósofos da minha confiança.

Autor de vasta obra intelectual, também descobri que a melhor maneira de travar conhecimento com sua vida e seu pensamento seria iniciando pela leitura do livro Reflexões Autobiográficas, da É Realizações Editora, e que faz parte da Coleção Filosofia Atual. Esse conteúdo  foi ditado em 1973 a um de seus alunos e discípulos, Ellis Sandoz,  ao longo de vários encontros. Naquela ocasião, o texto foi registrado pela secretária do autor e essa transcrição foi corrigida pelo próprio Voegelin. No livro “The Voegelinian Revolution: A Biografical Introduction”, em 1981, Ellis Sandoz citou esse texto in extenso. E em 1989, também foi publicado o livro “Autobiographical Reflections”, de Eric Voegelin, que foi a base para essa tradução, em 2007, para o nosso idioma. Quem quiser, veja: https://images.app.goo.gl/75KnfubkdYtmdFEc8

Neste post não pretendo fazer uma resenha do livro e incluir comentários extensos sobre tudo que pude perceber e que me encantou sobre o autor e sua obra. Deixo essa tarefa para quem possa se interessar e dispor de mais tempo para alocar a essa atividade. Basta mencionar que, após sua leitura, encomendei, recebi e já iniciei a leitura de “Anamnese – Da Teoria da História e da Política”, e estou tendo dificuldades para obter meu exemplar de “Hitler e os Alemães”, que se encontra esgotado e pretendo ler em seguida, todos de Eric Voegelin.

Vale lembrar que a Viena onde se encontrava Voegelin vivia um ambiente fortemente marcado pelo colapso do Império Austro-Húngaro ao fim da Primeira Guerra Mundial, mas conservava ao longo de toda a década de 1920 um horizonte intelectual vastíssimo e era internacionalmente reconhecida como pioneira em muitas áreas do conhecimento. Assim foi, até que começaram a se fazer sentir os efeitos do nacional-socialismo, no início dos anos 30. Foi nessa cidade que ele passou a maior parte do tempo de sua vida, estudando e trabalhando, antes de decidir fugir dos nazistas, embarcando em um trem para a Suíça.

A Universidade de Viena, onde Voegelin foi aluno da Faculdade de Direito de 1919 a 1922, era um dos maiores centros acadêmicos da Europa. E foi onde também estudou o austríaco Otto Maria Carpeaux (1900-1978), judeu convertido ao cristianismo e outro gênio de mesmo quilate que escolheu fugir para o Brasil, em 1939, ao invés dos EUA. Carpeaux formou-se em Direito e doutorou-se em Matemática, Física e Química. Estudou Sociologia e Filosofia na França, Literatura Comparada na Itália  e Política na Alemanha. Doutorou-se também em Filosofia e Letras na Universidade de Viena.

Menciono também algumas de suas primeiras viagens internacionais de Voegelin que, em seu conjunto, foram responsáveis por proporcionar ao autor uma experiência vivida das pluralidades humanas realizadas em várias civilizações: conseguiu bolsa de estudos para um curso de férias sobre o idioma inglês em Oxford (1921); e com outra bolsa de pesquisa da Fundação Rockefeller, estendida a estudantes europeus, passou um ano (1925/1926) em Nova York, na Universidade Columbia, e no seguinte, um semestre em Harvard e outro em Winsconsin. No terceiro ano (1927), esteve em Paris, em cursos na Faculdade de Direito. Voegelin destaca a importância de uma grande ruptura ocorrida na sua formação intelectual, nos dois anos que passou nos EUA, proporcionada pelo conhecimento do vasto mundo que existia além do continente europeu. Segundo ele mesmo, essa experiência rompeu o seu provincianismo centro-europeu, sem permitir que caísse no provincianismo americano.

Tendo feito esses comentários preliminares, o evento que mais chamou minha atenção na leitura dessa obra introdutória, e tem a ver com o título perturbador do post, foi mencionado no Capítulo 21, que trata da experiência docente de Eric Voegelin, que trabalhou por cinquenta anos como professor. O fato marcante aconteceu quando ele lecionava na Volks-hochschule Wien-Volksheim, nos anos 1930. Essa instituição era um projeto de educação para adultos financiado pelo governo socialista da cidade de Viena. Era algo como uma universidade para trabalhadores e jovens de classe média baixa.

Em contato com os militantes do meio sindical mais intelectualizados, que eram seus alunos na Volks-hochschule, Voegelin tinha diante de si esses socialistas consideravelmente radicais, muitos deles, comunistas descarados, segundo suas próprias palavras. E recordava de seu próprio flerte com o marxismo, que durou apenas três meses, no verão de 1919, e decididamente já tinha ficado no seu passado. O antídoto tinha vindo do estudo das disciplinas de teoria econômica e história da teoria econômica, ficando claro para ele o que estava errado em Marx. Foi também decisiva para sua imunização contra essa ideologia pestilenta a leitura dos ensaios de Max Weber sobre o marxismo, documentos que datavam de 1904-1905.

Durante as aulas, não tardaram a surgir debates acalorados aos quais não podia renunciar, sem perda de autoridade, já que lecionava disciplinas como ciência política e história das ideias. Apesar desse choque ideológico,  Voegelin conseguiu desenvolver uma relação permanente e saudável com esses jovens marxistas radicais, preservando as relações pessoais no melhor nível possível. Eis o fato que destaco:

“Às nove horas, após as palestras e o seminário do fim da tarde, o grupo sempre se reunia e dava sequência às discussões em algum dos inúmeros cafés das redondezas. Ainda me lembro de uma cena dos anos 1930 em que, após um entusiástico debate que terminou em desacordo, um desses rapazes, não muito mais jovem que eu, exclamou, com lágrimas nos olhos: ‘E quando chegarmos ao poder teremos de matá-lo.'”

E destaco esse fato pela simples razão de que nossas sociedades ocidentais, e a nossa em particular, que falam com horror das mortes causadas pelo nazi-fascismo, simplesmente se calam quando o assunto é o número simplesmente cinco vezes maior de mortes causadas pelo comunismo. E essas sementes malignas foram plantadas em situações como essa mencionada por Voegelin, e cresceram e deram muitos frutos, e novas sementes continuam sendo adubadas e regadas, diariamente, nos corações e mentes das novas gerações.

No Brasil de 1964, Leonel Brizola já tinha sua lista de pessoas que deveriam ser eliminadas, caso o movimento comunista do qual fazia parte fosse bem sucedido. Felizmente, foi o contra-golpe da sociedade democrática que acabou sendo o vencedor momentâneo, naquela ocasião. O covarde fugiu para o Uruguai, mas os jornais da época noticiaram o fato, como apareceu na manchete do jornal “O Globo” de 17/04/1964 – “Brizola tinha lista dos que seriam mortos se a esquerda vencesse.” Sim, além de “planos de execução de oficiais de alta patente, pondo de lado qualquer espécie de sentimentalismo”, havia uma “lista de execução de civis anticomunistas, que deveriam ir imediatamento ao paredão”, para eliminar resistências e impedir a reação ao golpe comunista que estava em andamento. E é assim que os comunistas se comportam. Foi assim na Russia, e depois nas Repúblicas Soviéticas que foram incorporadas à URSS, e nos países da chamada “Cortina de Ferro” ocupados depois da Segunda Guerra Mundial. E foi assim na China de Mao Tsé Tung. E foi assim no Vietnam, no Laos, no Camboja, na Coreia do Norte. E foi assim em Cuba, trazendo a memória dos fatos para o nosso desmemoriado continente americano.

E porque não se fala disso, como se fala do holocausto nazista e seus 20 milhões de mortos, quando o número de mortos pelo comunismo chega ao numero de pelo menos cem milhões?

O que? Como? Cem milhões? Onde está essa informação? Basta consultar, por exemplo, “O Livro Negro do Comunismo – Crimes, Terror e Repressão” publicado pela Editora Bertrand Brasil, que traduziu “Le Livre Noir du Communisme”, de 1997, publicado na França no 80º aniversário da Revolução de Outubro de 1917, na Russia. Meu exemplar é de 2019, e está na 16ª edição. Só não vê quem não quer. E quem quiser, veja: https://images.app.goo.gl/GSPRPhMrHB25tmgj6

Por que isso não é noticiado com o mesmo destaque que se costuma dar quando, por exemplo, a questão é falar sobre as mortes promovidas por regimes totalitários como os de Hitler e Mussolini? A resposta simples e direta: porque a imprensa mundial está ocupada em sua grande maioria por simpatizantes, militantes e integrantes da quadrilha ideológica de esquerda. E a imprensa brasileira parece ser uma caso ainda mais representativo dessa visão. E não só a imprensa, mas também a maior parte dos setores ligados à “cultura” e às “artes”. Portanto, esse assunto só é abordado em alguns sites na Internet e nas redes sociais, e só é encontrado quando se sabe onde procurar. E, é claro, aparece também em alguns livros de pouca divulgação no país. Caso contrário, silêncio… E essa é a razão pela qual a todo momento surgem projetos de parlamentares integrantes dessa quadrilha propondo, “em nome da liberdade de expressão e da transparência”, a implementação de censura na Internet e nas redes sociais. Não se pode falar nisso!

De minha parte, penso, falo, escrevo e ajo de acordo. O movimento comunista internacional, com suas diversas ideologias camaleônicas embarcadas é o maior promotor de crimes, terror e repressão no planeta!

É o que penso e sinto, e sinto muito!

Eduardo Leal
Imagem de autor desconhecido

Cemitério visto do alto

Garrafa 538 – Lembranças de viagem   Leave a comment

Conheci Nara no inverno. Cheguei em um final de tarde, em janeiro de 2008, e passei uma noite fria e sua madrugada gelada em um hotel local.

A manhã surgiu luminosa e pude então explorar seu território, admirar seus belos jardins e parques, seus silenciosos templos e monumentos e respirar a atmosfera encantadora de seus castelos. Visita breve, que deixou meu coração apertado na despedida. Queria permanecer, mas não podia ficar nem mais um instante sequer.

Registrei timidamente minhas impressões dessa visita na Garrafa 131 – Nara.

E permanece inabalável o desejo de regressar.

Sei que tudo será diferente na próxima visita: somos outros agora, essa cidade dos sonhos e eu.

E sonho reencontrá-la em uma brilhante manhã de primavera, quem sabe enternecido com o espetáculo da floração das cerejeiras; ou quem sabe em um dia quente de verão ao abrigo de suas sombrinhas coloridas; ou ainda em uma luminosa tarde de outono, já antecipando as cores quentes do por do sol em sua silhueta recortada no horizonte.

Mas pode ser que isso só aconteça novamente em outra manhã gelada de inverno. E o dia pode estar nublado ou chuvoso. Não importa. Quero apenas poder caminhar novamente nesse território ainda tão pouco explorado, e em que tive um vislumbre do que poderia ser uma vida plena e um prolongado encontro afortunado.

Quem sabe um dia…

Enquanto isso, aguardo e guardo na lembrança as imagens dessa viagem de sonho em que me senti acolhido e em que estava em contato comigo mesmo. E sinto de novo a sensação de grata surpresa que me invadia a cada passo, dado ora de maneira hesitante, ora com grande firmeza, e ao dobrar cada curva do caminho até a hora da partida.

E sou grato por isso!

E antes que essas lembranças se esvaneçam, rabisco no meu bloco de notas:

inexorável
erosão da memória
bloco de notas

Eduardo Leal
Ilustrações de autor desconhecido: Veja em: https://www.visitnara.jp/travel-to-nara/

Garrafa 537 – Toffoli, o desqualificado

A decisão estapafúrdia tomada pelo plenário do STF, na noite de ontem, de mudança de jurisprudência para beneficiar o farsante profissional que cumpre pena na sede da PF, com a cumplicidade e o voto decisivo do seu presidente desqualificado já estava delineada há tempos.

Sinais de alerta não faltaram e foram emitidos sob a forma de declarações, ações e omissões, por cada um dos simpatizantes, militantes e integrantes da quadrilha ideológica de esquerda, todos confortavelmente instalados na mais alta corte de “justiça” do país. Fazem pose de defensores da lei, enquanto na prática defendem as ações do crime organizado em suas diversas modalidades, já que foram indicados de maneira premeditada pela pior safra de presidentes que a população brasileira já elegeu nas últimas décadas, na verdade os mandantes dos crimes hediondos que vêm sendo praticados contra o futuro das próximas gerações de brasileiros.

Mesmo aqueles “ministros” que votaram a favor da manutenção da prisão após a condenação em segunda instância, como era o entendimento anterior, não são merecedores da minha confiança. Mais se prestaram a um arremedo de disputa jurídica com votos contra e a favor da mudança de jurisprudência, do que qualquer outra coisa, encenando peça miserável nesse fuleiro supremo teatro nacional.

E sinto muito que assim seja! E por que assim penso e sinto? Serei sucinto na minha justificativa.

A indicação mais clara, indecente e descarada do que estava por vir surgiu de descabidas declarações prestadas em recente entrevista do atual presidente desse supremo teatro, quando fez comentários desqualificando uma pretensa preferência pela “ordem”, como um dos entraves para o desenvolvimento do pais.

Ora bolas, desqualificado é ele próprio! Será que simplesmente não poderíamos imaginar que “ordem” seria o apelido carinhoso da constituição federal, que esses canalhas deveriam garantir e usar como documento de referência para garantia da manutenção de uma desejável “ordem jurídica” nesse país de distraídos profissionais? Não é para isso que recebem seus salários? Não é esse o seu trabalho?

É concebível que uma coisa desse tipo, mesmo que referindo-se a algo que o Brasil há muito somente reconheça no lema inscrito na bandeira nacional, e não na prática diária onde reina a desordem, seja dita pelo titular da instituição responsável pela manutenção da ordem jurídica do país, sem que ele tivesse sido imediatamente afastado do cargo por óbvia desqualificação demonstrada para exercê-lo?

Houve alguma reação dos seu pares diante desse disparate? De que vale uma declaração de voto favorável à prisão após condenação em segunda instância, quando o que está em curso é o patrocínio da desordem jurídica nas intenções e ações do atual presidente do stf?

Algum sinal visível de indignação ou pressão das outras instituições responsáveis pelo equilíbrio democrático, do legislativo e do executivo?

Alguma grande manifestação de pressão popular, em todos os cantos do território nacional para sua saída imediata? Alguém viu ou ouviu? Nem eu!

Será que fui o único a tomar conhecimento do teor dessa entrevista pelas redes sociais?

Essa foi a senha para testar a reação do país com relação ao prosseguimento desse verdadeiro crime de lesa-pátria perpetrado pela organização criminosa que, infelizmente, em grande medida, ainda domina as instituições do judiciário e do legislativo, tendo sido apenas recentemente afastada do executivo. Como nada aconteceu, fizeram o que fizeram sem medo de represálias.

Um destino triste e sombrio estará sempre à espreita daquelas nações que assistem, sem contestação, a uma infiltração sistemática de simpatizantes, militantes e integrantes do crime organizado em suas instituições.

O tempo dirá!

O momento atual exige que as pessoas de bem tenham a mesma ousadia dos canalhas!

Eduardo Leal

Foto de Eduardo Leal (Nuvens carregadas)