Arquivo para dezembro 2008

Garrafa 180 – Meteoro amarelo   Leave a comment

ruído seco
atravessa a folhagem
caju maduro

Eduardo Leal
Foto de Eduardo Leal

Publicado 30/12/2008 por Eduardo Leal em Fotografias, Haicai, Haikai, Haiku

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Garrafa 179 – Esperar sem esperança   1 comment

só intuição
esperar sem esperança
aqui e agora

Eduardo Leal
Foto de autor desconhecido

Garrafa 178 – Mate com limão   Leave a comment

brisa de verão
pausa no meio da tarde
mate com limão
 
Eduardo Leal
Foto de autor desconhecido
 

Publicado 28/12/2008 por Eduardo Leal em Fotografias, Haicai, Haikai, Haiku

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Garrafa 177 – O Fator Confiança   Leave a comment

Nosso medo mais profundo não é que sejamos inadequados para o cargo.
Nosso medo mais profundo é que sejamos excessivamente poderosos.
É nossa luz e não nossas sombras, o que nos amedronta.
Perguntamos a nós mesmos: quem somos nós para sermos brilhantes, maravilhosos, talentosos, fabulosos?
Na verdade, quem não devemos ser?
Vós sois filhos de Deus.
Ser humilde nos atos em nada serve ao mundo.
Não há nada de iluminado em retrair-se para que os demais não se sintam inseguros em vossa presença.
Nascemos para tornar manifesta a glória de Deus que está em nós.
E na medida em que deixamos nossa luz brilhar, inconscientemente damos aos demais permissão para que façam o mesmo.
Na medida em que nos libertamos de nossos medos, nossa presença liberta automaticamente os demais.
 
Fonte: A Return to Love – Marianne Williamson
Discurso de Posse de Nelson Mandela, 1984
Foto de autor desconhecido
 

Publicado 27/12/2008 por Eduardo Leal em Crenças

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Garrafa 176 – A Massacrante Felicidade dos Outros   Leave a comment

Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma.

Estamos todos no mesmo barco.

Há no ar certo queixume sem razões muito claras.

Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem.

De onde vem isso?

Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia:

‘Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento’.

Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.

As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias.

Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim.

Ao amadurecer, descobrimos que estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados pra consumo externo.

Todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores, social e filosoficamente corretos. Parece que ninguém, nenhum deles, nunca levou porrada.

Parece que todos têm sido campeões em tudo.

Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de celebridades – reais e inventadas – fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça.

Mas tem.

Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia.

Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores?

 
Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Será bom só sair de casa com alguém todo tempo na sua cola a título de segurança?

Estarão mesmo todas essas pessoas realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está em casa, lendo, desenhando, ouvindo música, vendo seu time jogar, escrevendo, tomando seu uisquinho?

Tenha certeza que as melhores festas acontecem sempre dentro do nosso próprio apartamento.

Martha Medeiros

Foto de autor desconhecido
 
 

Publicado 18/12/2008 por Eduardo Leal em Crônicas

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Garrafa 175 – Tempo de travessia   Leave a comment

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas,
que já tem a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
 
Fernando Pessoa
Foto de autor desconhecido
 

Publicado 15/12/2008 por Eduardo Leal em Crenças

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Garrafa 174 – Intimidade (Consigo mesma e com o outro)   1 comment

precioso e
frágil este momento…
respirar apenas.

Eduardo Leal
Foto de autor desconhecido

Garrafa 173 – A Alma Imoral   Leave a comment

Há um olhar que sabe discernir o certo do errado e o errado do certo.
Há um olhar que enxerga quando a obediência significa desrespeito e a desobediência representa respeito.
Há um olhar que reconhece os curtos caminhos longos e os longos caminhos curtos.
Há um olhar que desnuda, que não hesita em afirmar que existem fidelidades perversas e traições de grande lealdade.
Este olhar é o da alma.
 
Nilton Bonder
Foto de autor desconhecido
 

Publicado 12/12/2008 por Eduardo Leal em Crenças

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Garrafa 172 – Erros e enganos   2 comments

nenhuma forma
de amor verdadeiro
é um engano.
 
Eduardo Leal
Foto de Luis Costa – Lucaz
 

Publicado 10/12/2008 por Eduardo Leal em Haicai

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Garrafa 171 – Brincadeira de mau gosto   Leave a comment

quantas risadas
ainda serão dadas
às minhas custas…
 
Eduardo Leal
Foto de autor desconhecido
 
 
 

Publicado 09/12/2008 por Eduardo Leal em Haicai

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