Durante a releitura de “Zen no trabalho”, de Les Kaye, fiquei surpreso quando li que Huston Smith, no Preâmbulo, afirmou que o livro atenderia a uma necessidade específica: ao ser introduzido nos Estados Unidos neste século (o livro foi lançado por lá em 1977), o budismo retomou a marcha a leste que primeiro o levou à China, depois à Coreia e ao Japão.
Como? Marcha a leste?
Minha mente cartesiana, que imediatamente associa o Continente Americano ao Ocidente/Oeste e não ao Oriente/Leste acionou um alarme cognitivo que me provocou algum desconforto.
O Japão é conhecido como Terra do Sol Nascente e sabemos que o sol nasce a leste… Mas o Continente Americano fica a oeste…
Mas o desconforto durou pouco. É claro! O Arquipélago do Havaí fica a leste do Japão. E o Continente Americano a leste do Arquipélago do Havaiano. E os Continentes Europeu e Africano ficam a leste do Continente Americano…
O sol nasce antes nas terras que ficam a leste! E rumando sempre para leste… Chegamos ao que convencionamos chamar de oeste!
Nunca tinha pensado sobre isso dessa maneira… Ok! O mapa não é o território!
Pausa para um breve haicai:
Norte é Sul,
Leste é Oeste! ah!
são só convenções…
Eduardo Leal
Ilustração de autor desconhecido